terça-feira, 30 de agosto de 2011

Congresso sobre Epilepsia vai tentar conscientizar empresários



Portadores da doença são excluídos do mercado de trabalho, diz presidente de Associação.

IPATINGA – O auditório da Faculdade de Medicina do Vale do Aço (Famevaço), situada na avenida Marechal Cândido Rondon, 850, bairro Veneza, será palco do 1º Congresso Nacional sobre Epilepsia, nos dias 18 e 19 de março. O evento, organizado pela Associação de Apoio ao Portador de Epilepsia (AAPE), com sede em Ipatinga, é aberto ao público.
Associações, empresários e profissionais da área da saúde de diversas partes do país são aguardados no Congresso. Um dos principais objetivos do evento é quebrar alguns preconceitos em torno do portador de epilepsia, principalmente de que ele não pode trabalhar. “Se a pessoa que é portadora de epilepsia estiver em tratamento, ela pode ser inserida normalmente no mercado de trabalho. Mas infelizmente a maioria das empresas teme que o epiléptico sofra uma crise de convulsão durante o trabalho e gere uma série de transtornos”, lamenta Ernane Pereira da Costa, presidente da AAPE.
Ernane é portador de epilepsia, faz tratamento e há muito tempo não sofre convulsão. Contudo, ele já foi persuadido a abandonar um emprego. “Eu trabalhava em uma área industrial. Quando a técnica de segurança da empresa descobriu que eu tinha epilepsia, ela ficou com medo. A partir daí fui me sentindo muito inseguro. Alguns colegas de trabalho estavam com receio de que acontecesse algum acidente. Até que pedi demissão”, conta Ernane, que hoje trabalha como autônomo.
Segundo o presidente da AAPE, a entidade atende a 180 portadores de epilepsia, sendo que boa parte destas pessoas nunca trabalhou, por falta de oportunidade. Ernane espera que o Congresso possa contribuir para o início de uma mudança de pensamento. “Vamos aproveitar a oportunidade para provar que o epilético, que faz uso regular de medicamento, tem plenas condições de ingressar no mercado de trabalho”.
Por enquanto, apóiam o Congresso a arquiteta Priscila Madeira, Carlos Construtor, Cartão de Todos, Sonorização Status, Instituto de Música Educacional, Ipatinga Móveis e JE Contabilidade.

Cartão de Todos endossa necessidade de inclusão

Segundo dados do Ministério da Saúde, 1,8% da população sofre de epilepsia no Brasil. O levantamento também aponta que 70% das pessoas tratadas adequadamente deixariam de ter crise e poderiam levar uma vida normal e de boa qualidade. Com base nesta informação, Altair Vilar, presidente do Cartão de Todos, projeto social que atende mais de 500 mil famílias nas áreas de saúde, defende que as empresas da região apóiem a inserção no mercado de trabalho de pessoas com epilepsia.
Esse é um mal que atinge boa parcela da população. Não podemos fechar os olhos a isso. O Cartão de Todos adota como forma gerencial a administração solidária. Por isso apoiamos o Congresso de Epilepsia da AAPE e somos solidários à causa da entidade. É preciso que mais empresas sejam solidárias aos portadores de epilepsia”, defende Altair Vilar.

Entidade quer inclusão de mais medicamentos no SUS

A Associação de Apoio ao Portador de Epilepsia (AAPE) lamenta que alguns medicamentos essenciais para tratamento da doença não sejam fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O presidente da entidade, Ernane Pereira da Costa, lembra que o remédio Trileptal (Oxcarbazepina) – 600 mg, hoje um dos mais recomendados para o tratamento da epilepsia, não é fornecido pelo SUS. O remédio custa R$ 144,00. “Inúmeras pessoas atendidas pela AAPE alegam que não têm condições de comprar o Trileptal”, diz Ernane.
Segundo ele, a AAPE está trabalhando para ser inserida no Conselho Estadual de Saúde. Com isso, Ernane acredita que seria possível viabilizar a inclusão do Trileptal e outros medicamentos na tabela do SUS. “Com a nossa representatividade no Conselho Estadual, esse objetivo ficará perto de ser alcançado”, projeta.
A sede da AAPE fica na rua Mariana, 120, no Centro de Ipatinga. As reuniões da entidade acontecem toda quarta-feira, a partir das 17h. A Associação fica aberta de segunda a sexta-feira, de 13h às 18h. O telefone da entidade é o (31) 8546-4131.
Dica para o Trileptal caro, (solicitar o cartão Vmscard) www.vmscard.com.br que dará descontos em qualquer farmacia, eu ja estou com 50% de desconto na compra do Trileptal.




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Epilepsia x Emprego

Muitas pessoas com epilepsia trabalham e alcançam sucesso profissional. A maioria tem condições para trabalhar. Alguns poucos tipos de atividade profissional são perigosos, como o trabalho em altura, proximidade com água ou substância química e manipulação de máquinas elétricas. É importante discutir com o empregador qual o impacto da epilepsia em sua habilidade de realizar seu trabalho. Os colegas de trabalho devem estar cientes de sua condição, pois é melhor que saibam o que os espera caso tenham de testemunhar uma crise. Ensine-os como proceder adequadamente em tal situação.


Mas só quem é epilético sabe que não é assim que a coisa funciona, só esta no papel a lei está no papel, mas epilético não entra nem para ocupar vagas de cota de deficiente, por isso muitos estão procurando a Previdência para aposentadoria por invalidez (PL 7797/10 Altera o art. 151 da Lei nº 8.213/91) e incluiu Epilepsia na lei que da direito de aposentadoria por invalidez. Não esta fácil trabalhar, o que mais ouço é: as empresas "evitam epiléticos" os mais nervosos falam: "as empreas nos odeiam. Conheço uma mulher de 34 anos que procura emprego des dos 18 mas nunca conseguiu por nunca ter escondido sua condição. Eu já trabalhei e faço meus bicos, ja trabalhei em algumas empresas, nem consigo imaginar o que ela ouvia em entrevistas de emprego quando falava que tinha Epilepsia.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Procurador de Justiça presta apoio à Apeeron

Em Rondônia, a Apeeron está buscando apoio para a aprovação de leis em benefício dos epiléticos.
O Procurador de Justiça Edmilson Fonseca, presidente de honra da Associação dos Epiléticos de Rondônia (Apeeron), entregou à deputada federal Marinha Raupp cópia do projeto de lei que beneficia pessoas com epilepsia, pedindo apoio para a aprovação da matéria, já aprovada em decisão terminativa na Comissão de Assuntos Sociais.
O projeto deverá seguir para a Câmara, sem passar pelo plenário. A lei vai assegurar aos epiléticos de todo o país direito a auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, sem a necessidade de carência de 12 meses de filiação ao INSS.
Em resumo: Aposentadoria sem tempo de contribuição a Previdência.
Autor: Ascom MPRO

Noticias


A organização de grupos de epilepsia estimula a criação de políticas públicas
Por Juliano Sanches (ASPE Brasil)

A aceitação da própria condição pode determinar a conviabilidade da pessoa com epilepsia 


O Orkut, o Facebook, as listas de discussão e o Twitter, cada vez mais, têm sido usados entre as pessoas com uma finalidade de interação, troca de informação. As mulheres grávidas, os pacientes com câncer, entre outros, são exemplos de uma teia de grandezas, que pode interferir em muitos aspectos da vida em sociedade. Podem colaborar com a troca de informação científica, a organização e a exposição de atividades em grupos, a divulgação e a indicação de instituições públicas e privadas de tratamento, a geração de pautas sobre a resolução de conflitos a partir da convivência com a doença, a criação de confiabiabilidade e credibilidade para determinados pesquisadores e estudos.

Uma das principais comunidades do Orkut sobre o tema epilepsia, por exemplo, conta com cerca de 2250 membros, que podem ser, em alguns casos, os pacientes, as pessoas que convivem com portadores, além dos pesquisadores, que querem observar as discussões. Os internautas passam a perceber, por exemplo, que a epilepsia é uma condição neurológica tratável, e não uma doença contagiosa.

Com as discussões, os temas apresentados pelos veículos de comunicação são revisitados, reinterpretados com criticidade. E os pacientes passam, por exemplo, a pensar na reivindicação de políticas públicas, sociais e empresarias, para atender às necessidades do grupo em questão, enquanto pessoas engajadas e organizadas na construção e na cobrança por projetos por melhoria para a causa. Muitas comunidades citam a fonte das informações, ou seja, a origem dos dados científicos de instituições de pesquisa, o que ajuda a validar a veracidade das informações.

Muitos dos internautas usam as comunidades do Orkut com uma visão de profissionalismo, e não de futilidade. Entre os exemplos, estão as que discutem o Aquecimento Global, pois apresentam conceitos e se operacionalizam a partir do engajamento social. Entre as entidades que têm estimulado a participação social em função da geração de mudanças, está ASPE (Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia). Mas, por outro lado, ainda há desafios a serem vencidos não só pela ASPE, por pesquisadores, e pelos internautas e pacientes engajados, mas por toda a sociedade. Um deles é a insuficiência de dados quanto ao número de pessoas com epilepsia em idade produtiva e ao de portadores em condição de desemprego.

Os pesquisadores do Departamento de Medicina Clínica, da Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro/RJ, Maria Rosa Silva Sarmento e Carlos Minayo-Gomez, no artigo A epilepsia, o epiléptico e o trabalho: relações conflitantes (2000), apresentam alguns números de uma coleta de dados que fizeram. Foram entrevistas 339 pacientes com epilepsia no período de fevereiro de 1995 a julho de 1996. 48% eram do sexo masculino, 27,6% eram analfabetos, 0,6% com cursos superiores, e 98,4% não tinham qualquer qualificação profissional. Chama a atenção o número de pessoas com epilepsia empregadas: 42,3%, dos quais apenas 15,7% no mercado formal de trabalho.

E, para mudar a situação, as entidades têm desenvolvido ações. A ASPE criou, por exemplo, o projeto demonstrativo brasileiro, que foi submetido, analisado e aprovado por um comitê internacional, em 2002, composto por membros de cada uma das organizações internacionais, responsáveis pela Campanha Global contra a Epilepsia. Existem quatro projetos demonstrativos no mundo: China, Zimbabwe, Senegal e, agora, o do Brasil. O projeto demonstrativo brasileiro teve o início oficial em 2002, e tem se tornado uma referência em visibilidade e conscientização sobre o assunto.

De acordo com o professor da (do Centro de Economia e Administração) Faculdade de Administração da PUC (Pontifícia Universidade Católica) – Campinas, Valdenir da Silva Pontes, “ainda é algo um pouco novo para o mundo do trabalho. Por exemplo, no período em que eu estive nas empresas como gestor de RH (Recursos Humanos), em nenhum momento, nós diretamente lidamos com demandas, situações, problemas originados pelas pessoas portadoras de epilepsia. Até porque é difícil a detecção”.
Segundo o professor, no momento que se sabe claramente que a pessoa é portadora de epilepsia, antes da contratação, a empresa pode, eventualmente, não admiti-la, por conta disso. Porque as Organizações, de modo geral, querem pessoas saudáveis, produtivas. E, se saber de antemão que a pessoa pode precisar se afastar do trabalho por alguns períodos – o que depende do grau da epilepsia, a empresa pode optar por não contratá-la, caso o exame clínico detecte isso. Vale lembrar que o exame clínico é parte do processo de seleção.

Valdenir faz uma ressalva sobre as atividades de risco. “Suponha, por exemplo, que a pessoa irá realizar uma atividade de risco, insalubre. Neste caso, faz sentido a empresa privilegiar uma pessoa totalmente saudável. Porque pode colocar, inclusive, em risco a vida do potencial funcionário. Imagine um eletricista, que tem que trabalhar no poste, a dez metros de altura, em situação de risco iminente. As pessoas com epilepsia têm que ter o autocontrole. E o empregador, muitas vezes, não sabe se o empregado tem tido esse autocontrole ou não. O empregador não sabe se ele tomou a medicação e se ocorreu uma crise em casa. Nós entendemos o lado da empresa. Mas, nós sabemos que as empresas que se negarem a contratar pessoas com epilepsia, correm o risco de sofrer sanções diante da justiça, se ficar patente a discriminação. E a recíproca também é verdadeira, ou seja, se eu admito a pessoa com epilepsia, e depois a demito em função disso, eu posso ter que reintegrá-la, por força da justiça. Portanto, isso não é razão para eu não admitir. E, por outro lado, eu tenho, também, a função, a natureza do trabalho (a periculosidade, a responsabilidade a ser desenvolvida, a insalubridade, entre outras questões)”.

Valdenir faz uma reflexão sobre o empregado com epilepsia. “Até onde eu sei – não sou médico –, é perfeitamente controlável, no ponto de vista do paciente. E, portanto, se é controlável no ponto de vista médico, a epilepsia não afeta diretamente a produtividade operacional e organizacional”.

Pontes analisa o papel dos governos. “sem dúvida, se os governos (municipal, estadual, federal) tivessem políticas públicas de saúde, que amparassem melhor as pessoas portadoras de epilepsia e AVC (Acidente Vascular Cerebral) e dessem, assim, uma retaguarda às empresas, de modo a propiciar a não-restrição a potenciais candidatos, eu acredito que poderia, sim, favorecer a contratação delas. O problema é que falta pesquisa”.

Conforme o professor, “se a pergunta fosse ‘por que as pessoas restringem a entrada de pessoas cadeirantes’, talvez, a resposta fosse outra. Isso não é o caso de epilepsia. Como a epilepsia não é uma doença facilmente detectável, talvez, falamos de um fantasma que não assusta tanto assim. E, por isso, falta verificação. Por que as empresas têm contratado PPNE’s (Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais)? Isso ocorre pelo fato do governo ter criado uma política obrigatória de contratação, para atender a um determinado número de PPNE’s, devidamente caracterizados. Por exemplo, por que os bancos e as demais empresas oferecem acesso privilegiado aos caixas e às instalações? Porque foram criadas políticas públicas, que obrigam as empresas a fazer isso, pois elas não iriam fazer isso naturalmente”.

A contratação da pessoa com epilepsia depende do debate entre a sociedade e as instituições políticas, jurídicas e de pesquisa. E a internet, em alguns casos, tem contribuído com a formulação de questionamentos. Nas comunidades do Orkut, os relatos dos pacientes ajudam a sensibilizar os demais, a ponto de colaborar com a diminuição do medo e do estigma, pois geram uma relação de identificação a partir das semelhanças. Estimulam a resiliência, ou seja, a resistência à pressão social.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tipos de convulsões


As convulsões generalizadas podem ser subdivididas:
  • De ausência: geralmente ocorrem em crianças. Como o nome implica, a pessoa fica ausente do mundo consciente por um breve período.
  • Clônicas: causam convulsões ou movimentos involuntários em ambos os lados do corpo.
  • Mioclônicas: envolvem o movimento involuntário da parte superior do corpo e dos membros.
  • Tônicas: resultam na contração súbita dos músculos. Essas convulsões são mais comuns durante o sono.
  • Atônicas: envolvem a perda do controle muscular, fazendo a pessoa desmaiar ou cair.
  • Tônico-clônicas: envolvem uma combinação dos sintomas das convulsões tônicas e clônicas.

Cão é adestrado para identificar crises de epilepsia do dono


Tratamento já é comum em países como EUA e Reino Unido
Um cão chamado Zulo chegou à casa da família Rabello, em Ribeirão Preto (SP), com uma função muito importante. Convivendo há três meses com a família – principalmente com o jovem de 19 anos.O Zulo tem a função de identificar quando o jovem estiver prestes a ter crises convulsivas. Davi sofre de epilepsia, mas as graças ao trabalho do seu novo amigo, as crises caíram de 20 para 5 ao dia.
O estado de tranqüilidade também se espalha para o restante da família, principalmente para a mãe que tem conseguido ter noites tranqüilas de sono. Ela sabe que pode ser alertada pelo barulho feito por Zulo se uma nova crise acontecer.
O trabalho do cão da raça labrador, Zulo pode ser pioneiro no Brasil. O primeiro cão adestrado para identificar crises de epilepsia. É o que informa Maria Priscila Cescato, psiquiatra do Centro de Cirurgia de Epilepsia do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão, da USP.
A prática já é comum em outros países, como os Estados Unidos e Reino Unido, mas não há conhecimento de outro cão com essa habilidade no Brasil, diz o psiquiatra Renato Luiz Marchetti, do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo.
Porém os especialistas deixam claro que não há estudos suficientes que comprovem a eficácia da ajuda animal na redução de crises em epilépticos. No entanto concordam com a possibilidade de consequências positivas na interação entre paciente e cão.
"todas as combinações possíveis de remédios que existem no mundo" e tentado diversas dietas. E até o momento, o Zulo tem sido uma ótima opção.
 


Fonte: Brasil Diario




    sábado, 6 de agosto de 2011

    Yoga e Epilepsia


    Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (WHO), estima-se que aproximadamente 50 milhões de pessoas sofram no mundo de epilepsia, uma doença que consiste uma série recorrente de convulsões provocadas por descargas elétricas no cérebro. Destas pessoas, pelo menos 75% têm ataques freqüentes, sendo que a imensa maioria não recebe qualquer tratamento. Porém, mesmo aqueles que controlam as convulsões com medicamentos anti-epilépticos sofrem quando seus organismos desenvolvem resistência aos efeitos dessas drogas.
    O Yoga pode ser de muita valia na prevenção e no auxílio ao tratamento desta moléstia. A prática de posturas yogikas é eficiente, não apenas no sentido de prevenção, mas no de atenuar os sintomas uma vez que a doença já estiver instalada. Através de uma prática breve, de ásanas simples e suaves, de 15 a 30 minutos diários, associados à prática de relaxamento, pranayama (respiratórios) e meditação, podem ser verificados excelentes resultados.
    A epilepsia é uma das doenças que tem registros mais antigos na literatura humana. Antigos tratados indianos de medicina ayurvêdica, como a Charaka Samhita, descrevem quatro tipos diferentes de convulsões. Desde tempos imemoriais, o Yoga e o Ayurveda têm trabalhado juntos. Enquanto que o Ayurveda busca o restabelecimento da saúde física, o Yoga concentra-se mais no equilíbrio vital, emocional e mental.
    Na linguagem do Ayurveda, a epilepsia é chamada apasmara, que em sânscrito significa 'perda da consciência'. Desde o ponto de vista deste sistema de saúde, as convulsões são resultado de diferentes tipos de desequilíbrios nos sistemas orgânicos. O Yoga tem, dentre outros objetivos, o restabelecimento desse equilíbrio no nível sutil, para que ele possa manifestar-se no nível orgânico.
    Em 1996, o Jornal Indiano de Pesquisa Médica (Indian Journal of Medical Research) publicou os resultados de um estudo dos efeitos da prática de Sahaja Yoga sobre epilépticos. Muito embora o estudo não tenha sido suficientemente abrangente como para ser considerado conclusivo, seus resultados foram tão surpreendentes que chamaram a atenção de pesquisadores médicos do mundo inteiro. Dos membros do estudo, um grupo de praticantes experienciou uma diminuição de 86% na freqüência das convulsões.
    Outros estudos mostraram que nove de cada dez casos de epilépticos tratados com Yoga tiveram uma redução de pelo menos 50% na freqüência das convulsões, e que houve mais de 50% de redução na duração dos ataques depois de seis meses de prática diária.
    A prática aqui sugerida possui quatro partes:
    1) ásana,
    2) pranayama,
    3) yoganidra, e
    4) meditação.

    Alguns conselhos antes de começar.
    Ø      Encontre um lugar tranqüilo e escolha um momento em que você não seja interrompido.
    Ø      Pratique longe das refeições, com o estômago e os intestinos vazios.
    Ø      Respire pelas narinas, tranqüila e pausadamente.
    Ø      Seja suave e cuidadoso, evite sentir dor ao praticar.
    Ø      Repita a prática pelo menos quatro vezes por semana.
    1) Ásanas
    A prática das posturas yogikas é de imensa ajuda no restabelecimento do equilíbrio e do metabolísmo orgânico: há uma visível melhora do tônus muscular, da circulação sangüínea, da respiração e da concentração. Todos esses fatores ajudam a diminuir as chances de ataques convulsivos. Esta série é muito simples e pode ser feita por qualquer pessoa, independentemente de idade ou estado físico. No entanto, dependendo da condição individual do praticante, ela pode ser apenas o ponto de partida para práticas bem mais exigentes e longas, que podem multiplicar seus efeitos benéficos.
    Ásana 1. Sentado ou em pé, faça uma rotação do pescoço. Incline a cabeça para frente e sustente-a nessa posição por três segundos. Eleve o ombro direito enquanto inclina a cabeça nessa direção. Quando o ombro chegar perto da orelha e a orelha do ombro, páre por mais três segundos. Relaxe e abaixe o ombro, e continue o movimento de rotação da cabeça, até olhar para cima e para trás. Páre por três segundos nessa posição. Depois, páre igualmente sobre o ombro esquerdo e continue, completando o movimento circular. Repita tudo no sentido contrário. Faça isso três vezes em cada direção.
    Ásana 2. Esta é uma série de três movimentos da cabeça.
    Parte I. Diga 'não', movimentando a cabeça alternadamente para a direita e para a esquerda, cinco vezes em cada direção.
    Parte II. Diga 'mais ou menos', inclinando a cabeça lateralmente, para a direita e para a esquerda, cinco vezes em cada direção.
    Parte III. Diga 'sim', elevando a cabeça ao inspirar, e inclinando-a ao espirar, cinco vezes em cada direção.
    Estes três movimentos relaxam tensões na região dos ombros e o pescoço.
    Ásana 3. Oscilação pélvica. Deitando de costas, apoie os pés no chão e eleve os joelhos, mantendo-os juntos. Deixe as mãos voltadas para baixo. Contraia e eleve o assoalho pélvico, recolha com firmeza o baixo ventre e o abdômen e, inspirando, pressione com firmeza a região lombar no chão. Retenha a respiração por alguns segundos. Ao expirar, relaxe. Repita este movimento, contraindo a musculatura abdominal e os glúteos ao inspirar e descontraindo ao expirar. Este exercício elimina tensões na região lombar ao mesmo tempo em que tonifica a musculatura da parte baixa do tronco.
    Ásana 4. Expansão do tórax. Esta é uma variação do uttanásana. Em pé, mantendo os pés afastados na distância dos quadris, entrelace os dedos atrás das costas inspirando. Expire lentamente e incline o tronco para a frente, elevando os braços por cima dos ombros e aproximando as escápulas entre si. Se for preciso, mantenha as pernas um pouco flexionadas. Esta postura relaxa e tonifica as articulações dos ombros, a musculatura superior das costas e a coluna vertebral. Da mesma forma, estimula a circulação sangüínea no tronco, o que permite que o sangue arterial tonifique e alimente a parte superior do corpo.
    2) Pranayama
    Um ataque epiléptico reflete-se de maneira drástica na respiração. Acontecem retenções forçadas, como se a pessoa estivesse com muito medo. Isso provoca mudanças no metabolismo, no fluxo sangüíneo e no nível de oxigênio no cérebro. A prática do exercício de respiração diafragmática descrita abaixo ajuda a normalizar a respiração durante uma crise, bem como reduz a possibilidade de surgir uma nova.
    Pranayama I: respiração abdominal
    Inicie sentando numa posição firme e agradável, com as costas bem eretas. A respiração abdominal acontece na parte baixa dos pulmões. Permite um maior fluxo de ar e exige o mínimo de esforço fisiológico. Equivale a aproximadamente 60 % do volume total de ar que pode ser assimilado em uma inalação. Fazemos esta respiração diafragmática durante o sono, em estados de descanso, relaxamento ou meditação. Psicologicamente, corresponde a estados de harmonia, paz, realização pessoal, expansão do ser.
    Sentando numa posição confortável, coloque as palmas das mãos no abdômen para perceber o movimento do diafragma. Respirando pelas narinas, esvazie completamente os pulmões, contraindo o ventre. Deixe-o agora entrar devagar, soltando e expandindo naturalmente a musculatura do baixo ventre e depois a parede abdominal, conforme for enchendo a parte baixa dos pulmões. Não retenha.
    Ao expirar, recolha os músculos abdominais. Continue respirando assim, relaxando o abdômen ao inspirar e contraindo-o levemente ao exalar, durante sete minutos. Esta é a forma ideal de fazê-lo no dia a dia, sendo aquela que surge espontaneamente ao dormir.
    Pranayama II: respiração alternada (nadi shodhana)
    Inicie sentando numa posição firme e agradável, com as costas bem eretas. Fechando a narina direita com o polegar direito, inspire lentamente pela narina esquerda e retenha o ar com os pulmões cheios por alguns segundos, sem forçar. Depois, feche a narina esquerda com o anular, exale pela direita e inspire em seguida por ela. Troque de narina, exalando pela esquerda e inspire depois por ela. Exale pela direita e inspire por ela. Exale pela esquerda e inspire novamente pela esquerda. Faça isto dez vezes por cada narina. Este respiratório chama-se nadi shodhana pranayama. Ele purifica os canais do corpo energético, regula o 
    metabolismo, e estabiliza as emoções e a mente.


    3) Relaxamento (yoganidra)
    Após a prática dos respiratórios, deite numa postura bem confortável, para relaxar. Existem diversas maneiras de auto-induzir o relax: pode fazer-se irradiando mentalmente o relaxamento como se fosse uma onda ou um conjunto de fachos de luz que partem do plexo solar para as extremidades. Outra forma seria descontrair primeiramente os membros, indo desde a periferia do corpo em direção ao centro do abdômen. Numa terceira alternativa o relax se induz desde os pés à cabeça. Imagine que seus pés não pesam. Relaxe totalmente as plantas, os dedos e artelhos. Sinta uma agradável onda expansiva de descontração ascendendo pelas suas pernas até a bacia e o ventre. Relaxe por completo os órgãos, músculos superficiais e profundos do ventre, abdômen e tórax. As costelas movimentam-se suave e uniformemente com a respiração. Elimine sinais de tensão nos ombros, braços, antebraços, mãos e dedos. Sinta a língua relaxada, colada no palato. Movimente os olhos dentro das órbitas, sem abri-los. Tome consciência de que seu corpo esteja totalmente solto e descontraído. Deixe a respiração bem leve, naturalmente abdominal. Descanse.

    4) Meditação
    O estresse é comprovadamente uma das causas das convulsões epilépticas. A meditação, reduzindo os níveis de estresse, atua então sobre as convulsões. Meditar aumenta o fluxo sangüíneo no cérebro e aumenta os níveis dos neurotransmissores, como a serotonina, que mantém o equilíbrio do sistema nervoso.
    Recomendamos que o praticante escolha uma dentre as muitas técnicas disponíveis neste mesmo website e medite por, pelo menos, 15 minutos. A escolhe da técnica para meditar deve estar em função do gosto do praticante. Como ensina o sábio Patañjali, 'é preciso meditar sobre um objeto que seja agradável'. Namastê!